Coronavírus (COVID-19)
Actualmente, há casos registados em quase todo mundo, incluíndo Mocambique. Pelo facto do vírus e da doença terem-se espalhado para diversos outros países, levou a Organização Mundial de Saúde a decretar, no dia 11 de março de 2020, estado de pandemia.
A COVID-19 é uma doença respiratória causada pelo vírus SARS-CoV-2.
Principais sinais e sintomas da COVID -19

Febre

Tosse

Dificuldade respiratória
Alguns pacientes podem apresentar também dores no corpo, coriza, fadiga, dor de garganta e diarreia. A doença pode iniciar como um simples resfriado, mas pode – se agravar e levar à morte. A COVID-19 apresenta um período de incubação (período entre o contágio e o surgimento dos sintomas) de cerca de 2 a 14 dias.
Os sintomas surgem, geralmente, de forma leve e gradual, e muitos doentes podem se curar sem a necessidade de tratamento especial. No entanto, algumas pessoas podem apresentar agravamento da doença, desenvolvendo dificuldade respiratória e podendo, inclusive, morrer. As pessoas idosas e indivíduos que apresentam certos problemas de saúde, como pressão alta, problemas cardíacos e diabetes, estão mais propensas ao agravamento da doença.

Principais sinais e sintomas da COVID -19
75%-80% da transmissão entre humanos está a ocorrer via contactos estreitos, como familiares.
A principal forma de transmissão da COVID-19 é por contato com o doente, que, ao tossir ou espirrar, expele gotículas respiratórias, que acabam contaminando outras pessoas. Além disso, ao tossir ou espirrar, o doente pode contaminar objetos. Uma pessoa sadia, ao tocar um objeto contaminado e levar a mão à boca, nariz ou olhos, sem antes higienizá-las, pode também se contaminar.
Uma das formas de contaminação é o contacto com superfícies contaminadas






Contacto com pessoas, quando estão muito juntas



Medidas de Prevenção
Para se prevenir e também evitar a disseminação da COVID-19, alguns cuidados devem ser tomados, como:
- Lavar as mãos frequentemente com água, sabão ou cinza e, na ausência desses, higienizá-las utilizando álcool gel em 70%
- Ao tossir e espirrar, cubra o nariz e a boca utilizando um lenço, que deve ser descartado em seguida, ou então a parte interna do cotovelo
- Evitar cumprimentar com apertos de mão, beijos e abraços
- Manter os ambientes arejados
- Evitar tocar nos olhos, boca e nariz com as mãos sem a devida higienização;
- Não compartilhar objectos de uso pessoal, como copos e talheres
- Higienizar objetos que são manuseados com frequência, como celulares;
- Manter-se a uma distância de pelo menos 1,5 a 2 metro das pessoas que estão tossindo ou espirrando
- Evitar aglomerações
- Os profissionais de saúde devem ter atenção especial quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individuais (EPI).
Notas importantes
Evite ir a uma consulta tradicional, a Igreja ou Assistir jogos, enquanto o novo Coronavírus não tiver acabado no nosso país. (para evitar passar ou receber a doença.
O Parto deve ser feito sempre que possivel na unidade sanitária. Se houver algum parto em casa as parteiras tradicionais devem ter a certeza que estao protegidas com máscaras e luvas.
No funeral de qualquer familiar ou amigo todos tem que usar máscaras.
As pessoas com mais de 50 anos de idade, devem:
- Sempre que possível ficar em casa, porque apanham a doença muito facilmente;
- As visitas a casa dos idosos devem ser reduzidas em especial as crianças nesta altura da doença
- Lavar com água e sabão utensílios domésticos (Pratos, copos, chávenas, panelas, colheres, etc)
- Se for deficiente ou idoso, lembre-se de desinfectar com javel, ou Lavar sempre com água e sabão o seus meios de locomoção e de apoio.
- As mães que amamentam devem continuar a amamentar, tendo o cuidado de lavar as mãos com frequência com água e sabão em todos momentos críticos, incluindo, antes e depois de ter contacto com a criança;
- As mães devem ser aconselhadas a continuar a amamentação caso o bebé ou criança pequena fique doente com suspeita ou diagnóstico confirmado de COVID-19 ou qualquer outra doença. Caso a mãe tenha problemas respiratórios, deve usar uma mascara (pode ser adaptada com material local) quando estiver a amamentar e cuidar da criança
- Nas comunidades em que é comum as crianças partilharem as refeições na mesma tigela ou alimentar as crianças a mão, recomenda-se o uso do prato e a colher individual da criança para evitar a transmissão;
- Se a mãe exprimir o leite materno com uma bomba manual ou eléctrica, ela deve lavar as mãos antes de exprimir o leite materno ou tocar em qualquer parte da bomba ou garrafa e garantir uma limpeza adequada da bomba após cada uso.
- O leite materno exprimido deve ser oferecido à criança usando um copo e / ou colher limpos, de preferência por uma pessoa que não tenha sinais ou sintomas de doença.
Diagnóstico e tratamento da COVID-19
O diagnóstico da COVID-19 é feito pela realização de exames laboratoriais utilizando material respiratório coletado do paciente. São colectadas duas amostras, mediante suspeita da doença.
Até o momento não existe um tratamento específico e cura para a COVID-19, sendo realizado apenas o tratamento dos sintomas.
No entanto, é recomendado que os casos graves sejam encaminhados para hospitais de referência para que haja o isolamento do paciente e o seu tratamento, que consiste basicamente na manutenção do funcionamento do organismo, incluindo o suporte respiratório. Os casos leves são aconselhados a manter alguns cuidados domiciliares, como repouso e hidratação, e são acompanhados pela Atenção Primária em Saúde (APS).
Nutrição
O ácido ascórbico é perfeito para o fortalecimento do sistema imunológico, esta substância contribui para produção de células de defesa do organismo, dessa forma através da acção da vitamina C.
Os alimentos ricos em vitamina C:
- Laranja
- Toranja, Limão
- Moringa folhas frescas (caril, sopa, saladas)
- Malambe
- Abóbora
- Papaia
- Cenoura
Quarentena – é manter, as pessoas aparentemente saudáveis que tiveram contacto com uma pessoa doente, Num LUGAR SEGURO, (pode ser em casa num quarto separado ou noutro local seguro escolhido) durante 14 dias.
Isolamento – separação física de pessoas doentes (NUM LUGAR SEGURO pode ser um quarto, na falta de um quarto podem estar na mesma sala, mas ou a pelos menos dois metros de distância) do convívio das outras aparentemente saudáveis durante o período em que ainda pode transmitir a doença, a fim de evitar que outros indivíduos sejam infectados.
Que cuidados eu devo ter durante as visitas às famílias e a comunidade
- Mantenha uma distância mínima de 1,5 metros entre si e os membros da família.
- Antes de iniciar as actividades DEVE usar o seu material de protecção constituído por máscara e luvas, de protecção. Atenção: este material não pode ser usado por outra pessoa é exclusivamente individual.
- Cumprimente a família e a comunidade SEM apertar a mão ou outra forma de contacto físico.
- Se estiver a usar um cartaz ou um álbum para auxiliar no diálogo com a família e a comunidade, segure o mesmo e vá explicando. EVITE que os membros da família toquem nesse material, pois se algum membro da família estiver infectado, pode contaminar o material.
- Se possível, faça o diálogo com a família e a comunidade num local aberto (Exemplo: Na varanda, debaixo de uma árvore).
- Se houver pessoas doentes na casa, evite entrar na mesma e evite também tocar na fechadura/maçaneta da porta e outros objectos. Se a pessoa tiver febre e tosse seca recomende para ligar ao “Alô Vida” ou Pensa ou o seu supervisor. Se a pessoa tiver dificuldades para respirar refira à Unidade Sanitária.
- Assegure que estejam presentes todos os membros da família durante a palestra, use a linguagem que todos entendem. Caso não fale a língua local peça alguém para traduzir.
- Depois das actividades, ao chegar à sua casa, lave as mãos com água e sabão ou cinza e se for possível, tire os sapatos antes de entrar.
- PROTEJA-SE sempre! Redobre a protecção principalmente se for visitar famílias com sintomas de tosse e gripe.
Linhas Telefónicas para contactos em caso de dúvidas ou necessidade de apoio


Grupos Vulneráveis
- Pessoas vivendo com HIV ou doenças crónicas:
As pessoas vivendo com HIV ou doenças crónicas devem priorizar e manter o tratamento da sua patologia. Existem sintómas parecidos com sintómas de COVID19, aprenda a reconhecer os sintómas e prioriza os sintómas da sua patologia. COVID19 não tem tratamento, prioriza o tratamento da sua patologia. O atendimento nos hospitais e centros de saúde mantém-se e foi adaptado para as pessoas vivendo com HIV e doenças crónicas, de modo a facilitar a obtenção dos medicamentos em tempo de COVID19 (levantamento possível de 3 em 3 meses, ou através de grupos de doentes tipo GAAC).
- Mulheres e Raparigas:
A pandemia de COVID9 agrava a vulnerabilidade da mulher e da rapariga de diversas formas: aumenta violência em contexto doméstico e no espaço do trabalho, aumenta possibilidade de violência (roubos, ataques sexuais) relacionada com a mobilidade das mulheres, aumenta as infecções por HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis por falta de protecção, relações de poder desiguais na vida sexual, aumento da prostituição para obtenção de renda ou recursos, retorno de familiares emigrados infectados, aumenta a sobrecarga do trabalho não-pago no contexto da família e da comunidade pelo fecho das infra-estruturas públicas de apoio e a perda de apoio familiar ou de vizinhança, aumenta a pobreza por perda do emprego, restrição drástica das actividades económicas, e ausência de medidas de segurança social proporcionadas pelo estado, aumenta a má-nutrição por escassez de alimentos e pelas regras culturais que deixam as mulheres para o fim no acesso aos recursos e aos alimentos e que piora de forma trágica em caso de calamidade pública, aumenta a mortalidade materna por agravamento do acesso a cuidados adequados de saúde.
Para mitigar os impactos da pandemia para as mulheres e as raparigas, devemos em primeiro lugar reconhecer que esta calamidade atinge de maneira diferente mulheres e homens e que, em muitos casos, o impacto na vida das mulheres não é apenas desigual, mas é mais violento, atingindo-as e a todas as pessoas que dependem delas. Por esta razão, as respostas têm que ser diferenciadas e respeitar as especificidades dos grupos sociais a que se referem. Devemos implementar a paridade entre mulheres e homens em todos os processos de análise, compreensão do problema e na tomada de decisões relativas ao presente estado de emergência como também nos processos subsequentes de recuperação da economia, da normalização da vida cívica, política e cultural do país. Enfim devemos implementar medidas de protecção especial para as mulheres e meninas vítimas de violência (física, sexual, económica e sicológica).